ARTESÃOS DO VINHO

E eis que acaba mais um ano de enormes desafios. 2024 colocou-nos à prova, de modo diário, com uma sequência de eventos nacionais e internacionais de dimensão histórica. O impacto na economia global e na saúde mental da humanidade tem sido depressivo. No Dão, os incêndios anularam a história vitícola de Tavares de Pina. A França e a Alemanha, motores europeus e importantes mercados importadores de vinho Português, estão em crise. Trump foi eleito e com ele as barreiras protecionistas para o vinho nacional nos Estados Unidos. As guerras continuam e espalham-se por mais geografias. Chegam, felizmente, notícias inspiradoras das exportações para o Brasil e do acordo tarifário Europa-Mercosul. Também o nosso mercado interno, sobretudo na restauração turística, melhora a venda e o serviço dos vinhos, mesmo com preços de incompreensível inacessibilidade para a carteira da nossa classe média. Após mais esta chamada à excelência da produção nacional, os novos vinhos portugueses chegaram à prova-cega e o meu trabalho individual ditou os resultados que poderá acompanhar neste guia e comparar com as suas provas. Fica o meu contributo para a visibilidade de alguns dos bons vinhos nacionais, novidades no mercado tão exigente. Finalizo, como sempre, com o louvor aos esforços dos nossos guerreiros lusitanos – viticultores, produtores, enólogos, comerciais – para impor um papel principal no mercado global do vinho, contra muitas décadas de atraso face aos vinhos de França e Itália, chegando ao impressionante valor de receita direta de 3 mil milhões de euros e de mais de 10 mil milhões de receitas indiretas. Venceremos, porque somos os melhores artesãos do vinho, no passado, no presente e no futuro.

Aníbal José Coutinho

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